Modern Combat 2: Black Pegasus

Já lá vão uns anitos que acompanho a Gameloft no meu telemóvel, mesmo até aos tempos em que tinha um Nokia com jogos de grande qualidade instalados, e já dava para perceber perfeitamente que estavamos perante uma companhia que ia dar muitas cartas no futuro.

O primeiro jogo First Person Shooter que comprei no meu iPhone 3G foi o Modern Combat: Sandstorm, e fiquei eu e meio mundo de boca aberta com as capacidades do iPhone como plataforma de jogos. Já passou mais de um ano e aqui está de novo a Gameloft a mostrar o seu melhor com a parte 2 em Modern Combat 2: Black Pegasus, um jogo cada vez mais próximo da experiência vivida nos meus queridos Call of Duty.

Agora, num iPhone 4 a qualidade é outra história, que o jogo já vem preparado para este ecrã retina fantástico, e abre com uma introdução cinematográfica em que nos encontramos na pele de um soldado num helicóptero que é logo abatido e damos por nós por detrás das linhas do inimigo a tentar salvar a pele, e ao mesmo tempo cumprir alguns objectivos da missão inesperada.

Os menus do jogo são uma delícia, em que vamos vendo em background o cenário do jogo em movimento em tempo real. A partir daqui podemos arrancar logo para o jogo em modo de campanha, iniciar um jogo contra outros jogadores online, ou aceder às opções do jogo, onde temos um menu de ajuda que explica vários aspectos de funcionamento do jogo, a possibilidade de mudar a língua (não tem Português infelizmente, mas é uma língua que já deve começar a marcar presença para breve em próximos jogos da Gameloft), mudar o método de controlo, sons e opções avançadas.

A nível de controlos é muito bom ver que progrediram bastante e que agora temos 3 modos de controlo diferentes para escolher, o que irá dar para agradar a todos os jogadores, novatos e veteranos. O método que vem seleccionado por defeito é bastante aceitável, e como joguei num iPhone 4 adorei ter a opção de usar o giroscópio para apontar a minha arma. Primeiro estranha-se e depois entranha-se, já não consigo viver sem o giroscópio, é quase como se estivesse a jogar Call of Duty usando o rato no pc, mas de uma forma ainda mais natural. Convém no entanto ter algum espaço à nossa volta, que isto de andar a apontar o iPhone em todas as direcções, ainda podemos atingir alguém num olho ou assim.

Seja qual for o método de controlo escolhido, temos ainda a excelente opção já durante o jogo, de alterarmos a localização dos botões, para se adaptar melhor à nossa posição habitual de dedos no ecrã, muito bom terem-se lembrado deste pormenor.

Nas opções avançadas podemos alterar algumas coisas que são obrigatórias de estar activadas para quem joga um jogo deste tipo pela primeira vez, mas que podem vir a ser desactivadas gradualmente à medida que vamos ganhando experiência e quisermos aumentar a dificuldade do jogo. Estou a falar de coisas como Aim Assist, em que a mira aponta imediatamente para um inimigo que esteja próximo, Auto Granade, Objective Arrow, Lefty Mode para os canhotos, Blood para desactivar o sangue caso o jogo seja jogado por míudos, etc...

Os controlos no ecrã que vêm seleccionados por defeito são adequados para a maioria dos jogadores, tendo do lado esquerdo um botão direccional que usamos com o polegar para controlar o movimento do nosso soldado, e do lado direito os demais botões para disparar, lançar granadas, recarregar e trocar de arma, e em baixo no canto do lado esquerdo um botão para nos abaixarmos/colocarmos de pé, e no canto oposto do lado direito a mira telescópica para aquelas belas situações de modo sniper (e não só). O centro e a maior parte do ecrã ficou reservada para a visualização de tudo o que nos rodeia, funcionando bastante bem, mas que por vezes nas partes de maior acção se pode tornar algo confuso alternar o dedo para os botões de disparo e para o ecrã para apontarmos a arma. É aqui que o giroscópio dá bastante jeito para termos a maior parte do ecrã sempre desimpedido.

A nível de opções para controlar o som, temos as definições dos 2 volumes principais, efeitos especiais e música. Gostei muito de ver que podemos escolher como música aquela que temos armazenada no iPod, e temos acesso às nossas playlists directamente no jogo através de um ícone no lado esquerdo do ecrã, em que podemos parar a música, passar à próxima e trocar de playlist, mesmo muito porreiro como podem ver nesta imagem em cima. Apesar disso, recomendo vivamente que ponham os headphones e apreciem a banda sonora que tem um nível cinematográfico que nos transporta para um bom filme de acção, e o som das armas que é bastante fiel ao som de cada uma das 15 armas reais usadas pelas forças armadas neste jogo.

O que impressiona neste jogo são os gráficos, de facto as texturas dos vários objectos que nos rodeiam e principalmente das caras dos outros soldados melhoraram bastante desde o primeiro Modern Combat, e só não estão melhores porque acaba por pesar no tamanho do jogo, que já é bastante grande (440 MB).

A nível de jogabilidade há algumas mecânicas que são novidade e outras que são cópias de outros jogos do género. Uma que apreciei bastante foi a situação quando é lançada uma granada flashbang em que o ecrã fica todo branco e o som a apitar nos nossos ouvidos, transmitindo perfeitamente a sensação de desorientação, e se não tivermos cuidado é mesmo nessa altura que acabamos por morrer, por isso muito cuidadinho com estas granadas. Temos também a simulação do elemento surpresa, quando entramos numa sala de rompante e toda a cena se passa em câmara lenta, podendo eliminar vários inimigos de uma vez se formos rápidos o suficiente. Outras situações que eu já não ligo assim tanto são a introdução de "boss levels" em que temos de eliminar o mauzão no fim de um determinado nível, o que não é lá muito realista, mas pronto, digamos que é o elemento arcade do jogo. As várias tarefas que temos de realizar em certos momentos do jogo também considero serem um bocado para crianças, como termos de abanar o telemóvel para nos livrarmos de um inimigo, ou tocar em vários pontos do ecrã para executar uma acção... Está engraçado! ;)

O que eu gosto mesmo é de agarrar numa qualquer metrelhadora estacionária como esta que podem ver na imagem em cima, e usar o giroscópio do iPhone 4 para controlar estas rajadas potentes, é mesmo qualquer coisa de fantástico, que já tinha achado um espectáculo no N.O.V.A. e que continuo a adorar neste jogo.

De uma maneira geral o modo de campanha não tem assim uma história muito envolvente, e depressa esquecemos qual o objectivo geral disto tudo. Vamos vivendo missão a missão, fazemos o que nos é pedido, e deixamo-nos levar pela acção, completando cada um dos objectivos, que é onde está o verdadeiro gozo deste jogo.

Bom, o que adorei ver a funcionar mal acedi pela primeira vez foi o modo Multiplayer deste jogo. Foi algo que me decepcionou bastante no primeiro Modern Combat, porque deixou bastante a desejar. Agora neste jogo é uma delícia, e digo desde já a todos que costumam jogar FPS's online, é mesmo muito bom poder ter esta robustez toda na palma da mão em qualquer lado onde haja WIFI (nada de online multiplayer em 3G meus amigos).

Apesar de não usar o novo Game Center da Apple, que é uma pena, porque se torna mais difícil de jogar com um qualquer amigo em especial, mas é bastante aceitável se encontrarmos ambos o mesmo jogo e por aí fora.

Mal entramos no menu de Multiplayer podemos iniciar um jogo nosso, juntarmo-nos a um já existente procurando pelos vários que estão disponíveis numa lista que nos mostra o mapa a ser jogado, as regras de jogo e quantos jogadores estão online a jogar (podem jogar até 10 jogadores ao mesmo tempo num mapa).

Existem quatro modos de jogo a escolher, todos bem famosos, como por exemplo o DeathMatch do costume onde é cada um por si, o Team Death Match, onde duas equipas têm de combater uma contra a outra, o bem conhecido Capture the Flag onde uma equipa tem de capturar a bandeira inimiga e trazê-la de volta para a sua base, e o modo Bomb Defuse onde temos de proteger e impedir que os outros jogadores desarmem uma bomba.

O modo Multiplayer é um vício, aquilo corre tão bem, tão fluído, e é tão excitante que depois de começar o "Fragging" uma pessoa só volta a cair na realidade quando aparece o aviso do iPhone a dizer que estamos a ficar sem bateria! :D

À medida que vamos jogando vamos subindo de nível e ganhando pontos com a nossa performance (headshots dão bastantes pontos ehehe), que depois podem ser usados para desbloquear novas armas que depois levamos para o jogo, eliminando sem piedade outros jogadores que não venham tão bem preparados.

Ainda tenho de experimentar o mais recente N.O.V.A. 2 que acabou de aparecer na AppStore há 2 dias atrás, mas posso-vos desde já garantir que este Modern Combat 2: Black Pegasus é dos melhores jogos FPS que há para o iPhone. Gráficos incríveis que são uma maravilha de ver no ecrã do iPhone 4, uma banda sonora a fazer lembrar os filmes de acção, e um modo multiplayer altamente viciante que vos vai deixar esses dedos numa miséria! ;)

Têm aqui uma óptima prenda para oferecer a vocês próprios, a um amigo ou familiar que goste deste tipo de jogo, que não vos vai deixar ficar mal, e podem ir buscá-lo à AppStore por 5,49€. Deixo-vos com a trailer oficial do jogo para vos abrir o apetite, divirtam-se!




Modern Combat 2: Black Pegasus na AppStore (Brasil)

Modern Combat 2: Black Pegasus na AppStore (Portugal)